No Outubro Rosa, tire 13 dúvidas sobre câncer de mama
O câncer de mama é o mais comum entre as mulheres. O Instituto Nacional
de Câncer (Inca) estima 49.240 novos casos para 2010. No mês mundial de
conscientização sobre a doença, tire 13 dúvidas sobre ela, com explicações dos
seguintes profissionais do Inca: Fábio Gomes, nutricionista da Área de
Alimentação, Nutrição e Câncer; Jeane Glaucia Tomazelli, técnica da Divisão de
Atenção Oncológica; e Carlos Federico Lima, vice-diretor do Hospital do Câncer
III (unidade do instituto responsável pelo tratamento do câncer de mama).
Vale lembrar que o Outubro Rosa, movimento mundial de mobilização de
prevenção da patologia, começa nesta terça-feira (5 de outubro), com a
iluminação de rosa do Cristo Redentor, no Rio de Janeiro. O evento é promovido
pela Federação Brasileira de Instituições Filantrópicas de Apoio à Saúde da
Mama (Femama).
1 - O que causa o câncer de mama?
Na maioria dos casos de câncer de mama, não há uma causa específica. Há
alguns fatores que estão associados ao aumento do risco de desenvolver a
doença. A própria idade é um deles, pois a chance aumenta na medida em que se
envelhece. Menarca precoce, menopausa tardia, nuliparidade (não ter filhos),
primeiro filho em idade avançada, não amamentação e uso de terapia de reposição
hormonal são fatores associados ao risco. Consumo excessivo de álcool,
obesidade na pós-menopausa e sedentarismo também. Os fatores hereditários são
responsáveis por menos de 10% dos cânceres de mama. O risco é maior quando os
parentes acometidos são de primeiro grau (pai, mãe, irmãos, filhos).
2 - Atinge homens em que proporção?
O câncer de mama em homens é raro. Estima-se que, do total de casos da
doença, apenas 0,8% a 1% ocorram em pessoas do sexo masculino.
3 - Existe algum sintoma além de caroço no seio?
A forma mais habitual é o aparecimento de nódulo, geralmente indolor.
Outros sinais e sintomas menos frequentes são edemas semelhantes à casca de
laranja, irritação ou irregularidades na pele, dor, inversão ou descamação no
mamilo e descarga papilar (saída de secreção pelo mamilo). Podem também surgir
nódulos palpáveis na axila.
4 - É sempre possível notar a doença por meio do toque nos seios?
Não, a patologia tem uma fase em que as lesões são do tipo não-palpáveis.
Por isso, é importante a realização de exames de imagem na faixa etária de
maior risco.
5 - Segundo o Inca, o autoexame não é estimulado como medida de
detecção. Por quê?
Considerando as evidências atualmente disponíveis, não se pode recomendar
ou fomentar o ensino do autoexame como método de rastreamento. Também não foi
evidenciada diminuição da mortalidade por câncer de mama com o uso do
autoexame. Entretanto, o Inca destaca a importância de que a mulher esteja
atenta ao seu corpo e à saúde das mamas. A recomendação é que, diante da
observação de qualquer alteração ou mudança nas mamas, busque imediatamente a
avaliação de um médico.
6 - Prótese de silicone nos seios pode levar à doença?
Não há evidência científica de que exista associação entre implantes
mamários de silicone e o risco de desenvolvimento de câncer de mama.
7 - Como é o tratamento de câncer de mama?
O tratamento é multidisciplinar, ou seja, deve incluir a opinião de
vários especialistas médicos, como o mastologista, o radiologista, o
oncologista clínico, o radioterapeuta, assim como enfermeira especializada,
psicóloga, fisioterapeuta e assistente social. Habitualmente, o tratamento pede
cirurgia e é complementado pela radioterapia e quimioterapia/hormonioterapia.
8 - Quais são as chances de cura de câncer de mama?
Quando diagnosticado precocemente, há até 95% de chance de cura. Por
isso, é importante que toda mulher de 50 a 69 anos faça mamografia a cada dois
anos.
10 - Quais alimentos ajudam a prevenir a doença?
Os de origem vegetal: frutas, legumes, verduras e leguminosas (como
feijão, lentilha, grão-de-bico). Têm o poder de inibir a chegada de compostos
cancerígenos às células e, ainda, consertar o DNA danificado quando a agressão
já começou. Se a célula foi alterada e não foi possível consertar o DNA, alguns
compostos promovem a morte delas, interrompendo a multiplicação desordenada.
A ideia de que determinado alimento é bom para tal tipo de câncer não se
aplica. Tem de haver sinergismo entre os compostos, o que ajuda em todos os
tipos da doença. Por isso, é importante variar a alimentação ao máximo. A
recomendação é consumir, no mínimo, 400g por dia de vegetais, sendo 2/5 de
frutas e 3/5 de legumes e verduras. Cada porção equivale a uma quantia que
caiba na palma da sua mão, do produto picado ou inteiro, totalizando 80g.
11 - O que não se deve comer para ajudar na prevenção?
Entre os alimentos prejudiciais estão os embutidos, que apresentam
grande quantidade de sal, nitritos e nitratos. Os conservantes em contato com o
suco digestivo do estômago se transformam em compostos cancerígenos. Evite ao
máximo comê-los, mas o ideal é que não sejam consumidos.
Limite carne vermelha a 50g semanais. A forma de preparo dos alimentos,
especialmente das carnes (de qualquer tipo), pode influenciar. Os feitos na
chapa ou fritos trazem malefícios, porque a exposição a altas temperaturas
também atua na formação de compostos cancerígenos. Prefira levá-los ao forno ou
usá-los em ensopados. Se quiser grelhar, opte pelo pré-cozimento. O churrasco
também eleva os riscos. Além da temperatura alta, a fumaça do carvão tem dois
componentes cancerígenos (alcatrão e hidrocarboneto policíclico aromático), que
impregnam na refeição.
12 - Qual é a importância da amamentação?
Amamentar diminui entre 10% e 20% os riscos de a mãe ter a doença.
Enquanto o bebê suga o leite, o movimento promove uma espécie de esfoliação do
tecido mamário por dentro. Assim, se houver células agredidas, são eliminadas e
renovadas. Quando termina a lactação, várias células se autodestroem, entre
elas algumas que poderiam ter lesões no material genético. Outro benefício é
que as taxas do hormônio feminino estrogênio caem durante o período de
aleitamento.
13 - Pílula anticoncepcional aumenta o risco da doença?
Existem estudos que demonstram fraca relação de causalidade entre pílula
anticoncepcional e risco da doença, enquanto outros demonstram alguma relação.
Fonte: http://saude.terra.com.br/
Nenhum comentário:
Postar um comentário